sábado, 30 de novembro de 2013

Slugs, Muerte Viscosa ( 1988 )


Lesma morde?

Já assisti muitos filmes ruins. Todo mundo sabe a diferença entre filme ruim e trash não é? Trash, eu diria, é o ruim inexplicável. Aquele que você joga a toalha e fala: "Puta que pariu, explodiu meu cérebro com tanta porcaria. Mas tá divertido, vamos lá"

Sendo assim já assisti, também, muitos filmes trashs, principalmente aqueles toscos que passavam na tv. Seja na Band ou no SBT com bichos assassinos. Formiga, abelha, jacaré, baleia, elefante. sapo, borboleta... tudo assassino. O mundo animal tava complicado nos anos 70 e 80. Mas, eis que existe uma pérola que, pasmem, conta a terrível história de LESMAS do mal. 

Dirigido pelo "mestre" Juan Piquer Simón de outros filmes ruins como "Mansão Macabra" e "O Mistério da Ilha dos Monstros", Muerte Viscosa conta a história de uma pequena cidade que está sendo aterrorizada ( ui ) com vários casos de mortes, sendo que os corpos das vítimas são encontrados totalmente descarnados. Após altas confusões, descobrem que as responsáveis pelas mortes são lesmas mutantes. 

Para começar, antes que vocês imaginem outra coisa, as lesmas não são gigantes. É tamanho natural e, além do mais, não correm, nem voam. É isso mesmo. Uma lesma, pequenina, rastejante e lerda causa pavor nos moradores da cidade. E, claro, nós ( sofredores ) espectadores ficamos extremamente tensos com as ótimas cenas de terror, que choca muito, pelo fator chave da identificação. Afinal, quem nunca deixou uma lesma, sem querer, na salada? Quem nunca colocou uma luva e, do nada, não conseguia tirar mais porque tinha uma lesma mordendo o seu dedo? Enfim, coisas do cotidiano.


Palmas para coragem de quem pensou nessa história. E pela coragem de quem levou isso adiante. Realmente não é fácil. Eu imaginei armas de sal, ou algo assim. Pena que não rolou. No fundo, eu torcia para as lesmas, coitadas. A grande verdade é que o filme não fala sobre lesma, ele fala sobre burrice. Todas as mortes foram causadas pelos próprios seres humanos. Por exemplo, a mulher, ao cortar a salada. Será mesmo que ela não viu a lesma? Não é possível. Para mim, o pobre bichinho foi sacrificado para a morte do marido. Por que só ele passa mal!? O filme deixa essa questão aberta. 

Hááá! Pera que vou cortar meu braço. Tô aguentando mais. Ui.

Limpe bem o alface. Sua cidade agradece. 

E, claro, nunca confie na salada da sua mulher.

Enfim, depois de assistir esse filme, você conhecerá um pouco mais sobre lesmas, burrice e incredulidade. É uma viagem filosófica através de uma impossibilidade idiota e extremamente divertida. Tenham medo! O_O

Obs: Se a minha mãe assistisse esse filme, ela teria sérios problemas de saúde depois. Visto que ela tem uma fobia muito grande de bichos rastejantes e nojentos. Beijo mãe. Lembrei da senhora com esse filme. 

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Mil e uma filosofias




Eu sempre achei que filosofia de vida fosse o mesmo que ideologia, acreditava que ter uma filosofia para viver já era uma ideia adotada que nós criamos para atender nossas necessidades e frustrações intelectuais, fui atrás de saber disso e pesquisando descobri que estava completamente enganado. Realmente filosofia de vida é uma realidade que adotamos para viver, ideologia vem a ser um ideal, conjunto de ideias de um grupo, uma visão social e até política. Ela pode ser comunista, fascista, republicana, democrática e por aí vai. Mas não vou discutir sobre isso no momento.


Desse conjunto me veio a conclusão que apesar de vivermos uma ideologia, cada um tem sua própria filosofia, com certeza já ouvimos conselhos de como devemos levar nossas vidas e o que é melhor para nós, conforme vamos envelhecendo vamos recebendo esses conselhos e percebemos que nem todos são compatíveis com nossa realidade. Enquanto a idade vem a maturidade vem junto, às vezes mais cedo para alguns e às vezes mais tarde para outros. Algumas pessoas que sofreram tendem a adquirir mais cedo essa maturidade e a superar mais rápidos alguns obstáculos, mas também tendem a ser um pouco arrogantes e precipitadas em suas atitudes por acharem que já possuem conhecimento vasto da vida e com isso todas as suas atitudes são justificadas, sem ao menos analisar as consequências delas. Enquanto vamos amadurecendo, chegamos em um ponto em que acreditamos que não há mais nada que possamos aprender da vida até que o inexorável destino chega e dá um tapa de realidade na nossa cara. Tem coisas que aprendemos inconscientemente, mas também tem as vezes que tomamos a plena  consciência que acabamos de aprender algo, eu, por exemplo, aprendi a pouco tempo que não vale a pena discutir e perder seu tempo ao brigar se pelo o que está brigando vale realmente alguma coisa no final mesmo que você “ganhe”. Essa filosofia é válida para mim, não quer dizer que seja boa para você, precisa avaliar bem muita coisa antes de tomar filosofias para si além de criar as suas.

Toda essa discussão sobre maturidade é para chegar ao ponto de dizer que com ela que aprendemos a criar nossa própria filosofia de vida, aquilo que nos abrange, que nos é compatível, aquilo que é verdadeiro para nós, com base no que o outros dizem, com base no que você aprende da vida, preencher sua filosofia com coisas novas e com pedaços de mil e uma outras filosofias, mas é claro, essa filosofia de vida pode não ser útil para você por que somente você sabe a melhor filosofia para viver.

Texto de Sandro Macena



segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Encarando um filme monótono


É difícil explicar porque gosto de filmes alternativos, underground, etc, os nomes são variados para esses tipos de filmes que não são vistos no grande circuito, esses filmes  mostram um sentimento diferente, mais puro, até mais realista que os blockbusters,uma vez um amigo disse que filme alternativo tem sempre partes monótonas, depois que ele disse isso comecei a reparar, realmente muitos filmes tem partes monótonas mais longas que os que filmes blockbusters, mas acredito que isso tenha uma motivo. Filmes alternativos, vou passar a chamar assim esse filmes, tem a sensibilidade representa a vida como ela tende a ser, e não como ela é, e a vida não é em todo momento um parque de diversões, vivemos momentos monótonos, como esse agora que estou escrevendo esse texto, não entenda algo monótono como chato, entenda como aquele momento que você vaga em seus próprios pensamentos, a maior dificuldade de apresentar um filme alternativo quem não tem costume de assistir é fazer essas pessoas abrirem suas mentes, é identificar a beleza e as sutilezas desses filmes, encarar o sentimentalismo, racionalizar o ambiente, compreender a psicose que o autor precisar passar na tela, a comédia sutil, o drama vivo e o detalhe abandonado.



Em filme alternativo não existe final feliz, as pessoas não são simpáticas, é uma linha reta, não tem tensão, não tem clímax, tem aquilo que você vê e precisa acompanhar, aleatoriedade é uma constante comum, não se usa fórmula de sucesso para fazer sucesso, o sucesso vem de boca a boca, fóruns com pessoas que tem vontade de encontrar raridades, tem ambição em conhecer novas culturas, ver o que aquela cultura tem a mostrar, todos sabemos que condenamos a outra cultura com base na nossa, com filmes do Afeganistão vi como tinha pouco conhecimento sobre essa belíssima cultura, julgava, condenava, mas de fato fui apresentado a coisas que desaprovo, mas também fui apanhado pela normalidade da vida que os atores dão ao personagem. Outro ponto importante nesses e estar disposto a entender que existem pessoas diferentes no mundo, nós temos a chance de encarar isso com naturalidade, infelizmente outros não.


Fico muito feliz em ter me liberto da garras da ignorância, do desconhecimento, a habilidade encarar o novo sem restrições, entender diferenças, pensamentos diferentes, isso me fez conhecer pessoas inimagináveis, inteligentes e sonhadoras. Não agradeço isso aos filmes alternativos, mas com certeza teve bastante influência.

Texto escrito por Sandro Macena


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