quinta-feira, 18 de abril de 2013

Definições: Problema ou solução?


“Um ponto de vista é a vista de um ponto”


Eu me considero uma pessoa sonhadora. Mas teimo em destacar que existem as pessoas sonhadoras e aquelas que se iludem. São duas coisas completamente diferentes e que, muitas vezes, não sabemos diferenciar. Sonhador é aquele que sonha alto com os pés no chão, ilusivo é aquele que está tão concentrado em revolver, que acaba se perdendo. Aliás, essa não é uma definição direta. Mas o que é a definição

A definição é inerente ao ser humano. Buscamos sempre definir as coisas, para simplificar uma ideia ou desejo.  Se eu perguntar para alguém: O que é respeito? A primeira coisa que vem à cabeça é uma forma de simplificar a resposta, ou seja, “respeito é respeitar alguém”. O que quero dizer é que imediatamente pensamos em uma coisa bem óbvia, isso porque não sabemos o que é respeito. Mas como não?



Significado e/ou definições é construído com a ajuda do tempo, das experiencias. A família ajuda a compreensão de algumas coisas, mas realmente vamos aprender quando sentirmos, ou melhor, com um contexto. Uma criança de 3 anos não sabe o que é injustiça, até ver o contexto da palavra. Por exemplo:

Joãozinho está assistindo televisão, está passando o seu desenho favorito. O personagem principal estava passando na rua e, de repente, passa dois bandidos e colocam um colar roubado em seu bolso. Por algum motivo um policial descobre o colar no bolso do personagem e o leva a cadeia. Chegando lá, ele fala: Isso é uma injustiça!

Então a mágica acontece! A criança não entendia o que era injustiça, muito menos passou a entender, mas ela conhece o seu contexto e irá, com o tempo, sentir isso na sua própria vida. Então agora pergunto à você ( Sim, você mesmo ) o que é raiva, amizade, felicidade, sentimento, ódio, tristeza, destino e amor

Se você for humilde - levando em conta que humilde é aquele que sabe que nada sabe – você responderá que não sabe. O que, na verdade, seria uma grande mentira. Você sabe, porque você sente. Sentir as coisas independe do seu intelecto, poder ou formação. Sentir, que vem do latim “sentire” quer dizer ( vamos ao dicionário):  ”receber impressão por qualquer dos sentidos”. Para ser sincero, abri o dicionário para interpretar – ou definir – essa palavra e não gostei nem um pouco. Então, para mim, sentir é ter sensibilidade. O que é sensibilidade? – Procurei novamente no dicionário e encontrei o seguinte: “Capacidade de sentir”- Não gostei também. Para mim, sensibilidade é se despir de preconceitos e aceitar, simplesmente aceitar.


Temos que aceitar porque de nada adianta querer mudar. Você quer sonhar ou se iludir? Não venha me dizer que sou pessimista, sou realista. A mudança acontece, primeiro, em você. Mude, respeite, sinta, veja e, acima de tudo, compartilhe. Quem sabe assim você não possa passar a fazer definições em parceria com o mundo?

Tem um ditado chinês que diz o seguinte: “Quando dois homens vêm andando na estrada, cada um carregando um pão, e trocam os pães quando se encontram, cada um vai embora com um pão. Mas, quando dois homens vêm andando na estrada, cada um com uma ideia, e ao se cruzarem trocam as ideias, cada um vai embora com duas ideias.”


Espero que não tenha entediado ninguém com o meu devaneio. Ora bolas, o que raios é devaneio? Não, não se assustem. Vou parar por aqui. Até a próxima e, se sentirem necessidade de completar ou corrigir algo, fiquem à vontade!


"Definições" de Adriana Falcão, interpretado pelo glorioso ator Juca de Oliveira

domingo, 7 de abril de 2013

No et Moi ( No e Eu )


Lou é uma menina “superdotada” e solitária de treze anos que, por meio de uma entrevista para um trabalho de escola, conhece No, uma jovem moradora de rua. Cria-se, aos poucos, uma forte amizade entre as duas e juntas buscarão uma forma de lidar com a solidão.

O primeiro ponto forte do filme francês dirigido e estrelado pela ótima Zabou Breitman é não se preocupar em ficar mostrando o quão a pequena e adorável Lou é uma menina triste e inteligente. Não precisa de palavras! Por isso temos, ao longo, muitas cenas que representam a confusão/personalidade da garota. Como a brincadeira dela de andar em linha na calçada ou os devaneios no ônibus com a cabeça encostada na janela. 


Como extensão do primeiro ponto, temos um casamento perfeito entre a proposta e performance da atriz principal. Nina Rodriguez com seu rostinho delicado constrói uma personagem que é o oposto da sua nova amiga, Nora ( “No” como gosta de ser chamada ).

Fica evidente a evolução das duas meninas. No, por exemplo, é instável, melancólica e rebelde, mas, pouco a pouco, vai aderindo a prudência da amiga – Isso se comprova, inclusive, mais ou menos na metade do filme, quando as duas brincam de andar em linha juntas.


O filme fala sobre solidão, e a maneira que a trama amadurece é impressionante. Nada se resolve, tudo se resolve. Aliás, as duas tiram uma da outra exatamente aquilo que precisam e, nesse pensamento, é muito importante o papel da mãe na história. Visto que ela sim é eterna e estará sempre lá, acompanhando o processo de uma pré-adolescente que, como todas, só quer crescer. 
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