Eu me decepciono cada vez mais com o cinema
brasileiro, custo acreditar que em um país que possuí ótimos atores e diretores
fique preso em comédias ridículas e dramas espirituais que deveriam ir direto
para a tv. Há suas exceções, como tudo na vida e no cinema, mas são bem poucas,
e pior, para um filme se destacar no nosso cinema tem que seguir uma fórmula
que seria basicamente, pobreza, tráfico, policia, Rio de Janeiro etc.
“Os
filmes são o espelho da realidade do nosso país”; Essa é uma desculpa que ouço
muito quando falo da mesmice do cinema nacional, o que me da mais desanimo
ainda. O cinema sempre mostrou e sempre mostrará a realidade, mas isso não quer
dizer que teremos que assistir um mesmo produto com camadas diferentes, posso
criar uma lista de filmes Europeus, Americanos ou Asiáticos que falam sobre um
problema social sem ser explícito, usando técnicas narrativas, fotografia,
atuações, enfim, às vezes eu acho que o cinema nacional julga a sociedade como
sendo ignorante – e na maioria das vezes é – mas nem ao menos percebe que o
nível intelectual é desenvolvido com o tempo e, talvez, usando o nosso cinema
de uma forma mais ousada iria despertar o senso crítico. A pergunta certa é:
Será que eles querem isso? Talvez seja melhor sermos dependentes de novelas do
que um conteúdo que nos traga conhecimento.
Para
terminar, gostaria de escrever – antes de ser julgado – que eu não culpo os
nossos cineastas, atores etc
Sei que existem estudantes de cinema que sonham em trazer essa qualidade para
nossos filmes e muitas vezes acabam, aqueles que tem melhores oportunidades,
recorrendo ao cinema Norte-americano. No fim, minha crítica é quanto ao sistema
que envolve a produção de filmes hoje em dia, novelas fúteis já existem na
televisão, não precisamos disso no nosso cinema.
Meu País
“Meu
País”, filme do diretor Andre Ristum, me despertou o interesse desde quando
soube da sua existência, inicialmente pelos atores. Gosto muito do trio Rodrigo
Santoro, Cauã Reymond e Débora Falabella e dada à sinopse é de se esperar boas
atuações.
Depois
que Armando ( Paulo José faz uma rápida participação ) sofre um derrame, seu
filho, que estava na Itália a um bom tempo, retorna ao Brasil e reencontra com
seu irmão Tiago, um típico playboy, só se interessa por mulheres e festas. Mas
o ponto-chave do filme é meia-irmã Manuela, vitima de uma doença mental e que
será a base para a ligação dos irmãos.
Agora escreverei um
pouco sobre esse filme que, ao contrário do que parece, me deixou muito
orgulhoso.
O
filme não é uma obra de arte, digo logo, o que me impressionou nele é a ousadia
de seguir um padrão completamente diferente do que estamos acostumados. A
começar pela fotografia, que muda conforme a história vai se desenvolvendo –
principalmente entre Itália e Brasil – um conteúdo visual distante do que estamos
acostumados – aquela coisa colorida, que remete a carnaval, alegria e praia do
Rio de Janeiro…
Temos
então uma carga dramática que começa pela fotografia e é eficientemente
sustentada pelas atuações de Rodrigo Santoro e Débora Falabella, dois atores que
são um orgulho para nós, brasileiros, e que aqui comprovam isso com Santoro e
seu sutil desespero e Falabella com sua, um pouco exagerada, mas, cativante
personagem, principalmente quando é usada para ligar os três irmãos.
Quanto
ao novato diretor André Ristum, é muito competente, se continuar nessa linha de
direção é uma promessa, sem dúvida.
Enquanto
assistia a “Meu País” percebi as inúmeras influências do cinema Europeu e me
surpreendi quando, pesquisando sobre, descobri que o diretor foi por bastante tempo
assistente de direção em filmes do Rob Cohen e até mesmo Bernardo Bertolucci,
surpreendente, tomara que essas influências acrescentem ainda mais em seus
próximos filmes.
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