O frio é a personificação climática do amor,
Tanto quanto a chuva é do ciclo,
Ela traz as impurezas com a pureza do seu mundo,
Adaptando um agora,
Sem pressa para esquecer,
Um tempo passado,
Que passou depressa.
Fecho os olhos e sinto a chuva,
Que mandou embora o João de Barro,
Invadiu o seu lar,
E relembrou de histórias que não viveu,
Que se perdeu.
Nobre soldado,
Segura em suas mãos repletas de sofrimento,
O barro de João.
Enquanto afirma com propriedade:
- O sonho da Sininho é ter um tamanho normal para poder abraçar o Peter Pan.
Soldado, cujas feridas ainda estão expostas,
De tanto amor,
Quase foi morto,
Mas percebeu que todo sofrimento por amor, no fundo, tem prazer.
Estamos envoltos da arte,
A partir dela fomos criados,
E é por ela que vivemos,
Por ela morreremos.
Não consigo separar mais a pessoa,
Da arte que produz,
Talvez seja pela visceralidade,
Pois a arte começa no olhar,
Passa pelo diálogo,
Termina na fé.
Como a chuva,
Um ciclo que produz intermináveis sentimentos que não podem ser expostos.
Só os teus olhos me veem,
Só você me cria,
A sua imagem e necessidade.
O meu bem querer,
Se torna suas provocações.
A sensatez domada,
Se dissipa,
Com a loucura de um abraço confortável.
Lucidez de um beijo carinhoso,
Por entre um agora inapropriado.
Deixe-me sentir o exagero,
Deixe-me querer não te querer.
Deixe-me te ensinar a me ensinar,
Passando adiante,
Por entre encontros imperfeitos.
Contigo, pouco é infinito,
Infinito é amor,
Amor é olhar.
Enfim, tudo faz um enorme sentido e, ao mesmo tempo, nenhum.
Que a chuva me adapte a felicidade de ter você comigo,
Que a chuva me acostume a ser ofuscado pelo seu brilho,
Que a chuva me entenda,
Que eu não quero muito,
Que a chuva me traga,
Nós.
Somos-a-chuva.
- Emerson Teixeira Lima
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