quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Perdido



Quando a vida se torna estável, pelo menos na sua cabeça, o seu sentimento vem e te da um soco na cara. Não é obrigatório se entender como uma pessoa estável, as vezes é bom fingir que está tudo certo. Fingir que a vida tem graça enquanto só. Fingir que o seu dia a dia, você, uma pessoa extremamente sensível, está em perfeita sincronia com as cores que se fazem presente no teu olhar.
O quanto é importante fingir ser forte. O quanto é perigoso fingir ser forte.
Eu não consigo entender o porquê de amarmos alguém, mesmo que você sofra por isso. Será que é consequência? Tu nunca estarás em perfeita harmonia com a coragem de outrém? As vezes fico me perguntando se eu sou romântico demais, ou tento ser poeta demais. Amar é sofrer e vice versa. Não sei se há separação.
Como pode ser tão difícil? Fazer uma pessoa entender que vocês foram feitos um para o outro. Se entregar a isso como se fosse brincar nas nuvens. O que acontece? Será que fiz algo errado? Me abri muito mais do que a pessoa pode suportar? Será que sorri de menos ou muito mais do que o necessário? Será que amei a pessoa ou a arte que ela produz? Será que sofro por amá-la? Por não amá-la? Ou simplesmente por prever que nunca saberei?

Seria tão fácil tocar a vida só. Mas só tão somente consome. Depois junto consome pois até estar, de fato, demora, e a paciência se vai e dá lugar ao desespero de não ter. Como posso então encontrar equilíbrio? Como posso acreditar que estou bem, como posso conversar com as pessoas sem que elas percebam que eu não estou bem.

Agora, o principal, como parar de ser exagerado?

Estranho se sentir estranho a todo momento. Mesmo que todos te digam que é normal. Você, eu, sei por algum motivo que tudo isso aqui é louco. Tudo isso aqui é como uma borboleta. Se transformando a cada vento. Encantando aqueles que o veem. Sendo a caça de alguns. Lindas cores de suas asas.

Fico tentando imaginar se algum dia encontrarei aquilo que procuro. Se um dia o estar vivendo será o suficiente. Quase sempre eu não tenho certeza do que me sufoca. Quase sempre eu finjo que sou frio, quase sempre eu finjo que não choro. Mas toda vez que eu olho no espelho eu sei exatamente quem eu sou. Um perdido.
Será que seria mais fácil acreditar em Deus do que no amor? Será que seria mais fácil rezar do que querer cuidar. Será que seria mais fácil ir a igreja do que fazer rir? Eu passo por cima de quem sou para fazer bem ao meu bem. Ai, ai, eu me emociono comigo mesmo. Como pode tanta entrega? Como pode eu ser criança ao ponto de transformar cada tristeza em palavras. Como pode eu ser maduro ao ponto de transformar palavras em atitudes. Como pôde? Se eu pudesse dar uma origem para mim mesmo, eu diria que abri a caixa de Pandora do meu coração e doei para o mundo sentir um pouco do meu vazio sem motivo.

Tá chegando o natal. Que louco. Mais luzes. Mais felicidades. Eu aqui, completo pela metade. Na esperança de conseguir superar. Ou dar certo. Mais problemas virão, águas agitadas e tempestades mas, juro, eu enfrento tudo com você. Só que esperar você sem você não dá. Eu te entendo quase como você me entende. Então olha para mim que você saberá que não minto. Jogue foras suas armas, desative seus escudos e fica comigo? Se quiser faça, se não, peço, por gentileza, não me iluda, porque eu me iludo muito fácil. Basta um olhar para eu acreditar em coisas impossíveis.

Amor improvável entre uma sonhadora e um homem de preto.

Quanto a mim? Sou um perdido espectador dessa história de acasos.

- Emerson Teixeira Lima

2 comentários:

  1. A cada novo post, a cada nova linha eu me impressiono e me apaixono por sua escrita é como se você fosse o carinha que mora logo ali :p que eu conheço e por muitas vezes entendo. :)

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    1. Os seus comentários me motivam a compartilhar. Mesmo que eu não saiba o porquê de continuar. :D Muito obrigado!

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