terça-feira, 4 de março de 2014

Geração lepo lepo



A internet traduz uma situação antiga, lá dos nossos antepassados. Onde, movido pela nossa eterna necessidade de desabafar com o outro, procurávamos pelos gestos a compreensão. Estamos gesticulando diariamente, pedindo atenção. A linguagem se transformou, diante a procura de diminuir as palavras. Aliás, a diminuição das palavras é só um pretexto para fugir das regras.

A nossa realidade virtual é a última esperança dessa geração de sair do óbvio. Temos aquela doce ilusão de que, aqui, quem manda é os jovens. Nós dominamos a linguagem da internet. A mídia está vendendo anúncios para nós, com o nosso formato de ideias, aquelas bem rápidas e resumidas.

Resumimos ideias filosóficas antigas em frases sobre uma foto com fundo preto. Nossos pensadores do cotidiano são os vlogs e blogueiros. E nós, pobres jovens, precisamos apoiar nossos ideais em ídolos momentâneos. Até as músicas estão saindo em um formato veloz, onde só é necessário uma frase tendenciosa e que rime, de modo que eu possa simular o ato sexual com ela.

Necessidades desnecessárias. Ou o princípio de uma revolução (?)

A linguagem modificada ou todo esse tempo nunca soubemos o que é linguagem?

Brincadeira de crianças ou crianças cansadas de serem dominadas por adultos?

Adultos indiferentes? Ou medrosos diante uma terra onde não são eles os mandantes?

Mundo virtual, doce realidade. Somos entregues a exibição, na nossa melhor versão. Sorridentes, bem vestidos e em festas. Enquanto, diante a horrível realidade frustante do meu dia a dia, nós choramos. No final, somos todos inerentes a vontade de receber elogios, mesmo que igualmente rápido e falso.

Senhoras e senhores, apresento-lhes a ilusão. Também conhecida como guerra.
Porque nessa terra, não há regras. Nós mandamos. Jovens e imbecis. Mas, acima de tudo, sonhadores.

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